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Como é que demoraram 42 anos para descobrir que Kadhafi não era bom!!!???


Por Guilhobel Aurélio Camargo

A Líbia foi liberta ou os poços e depósitos de petróleo é que foram libertados do controle do país?

Kadhafi, em 2007, quando financiou a campanha de Nicolas Sarkozy para presidente da França.

Como é que demoraram 42 anos para, os chefes de Estado, descobrirem que Kadhafi era um ditador perverso que precisava ser morto?


Kadhafi recebido por Obama em 2009

Se esses homens, chefes dessas potencias, com todos seus serviços secretos, exércitos e bilhões de dólares,  demoraram 42 anos para descobrir, eu, Guilhobel, mero curitibano de um país ainda em desenvolvimento, me reservo o direito de ficar mais um ano pesquisando para descobrir se ele era realmente perverso.

O que sei é que no ano passado a ONU ia homenageá-lo.
O que sei é que ele pagava para 15% de seus jovens estudarem em qualquer país do mundo, para ajudar a Líbia.
O que sei é que EUA, Inglaterra, França e Itália aceitavam os polpudos depósitos dos petrodólares da Líbia.
O que sei é que a FIAT aceitou 9% de capital líbio, controlado por Kadhafi e que empresas inglesas e americanas idem.
O que sei é que ele nacionalizou as empresas em defesa do povo líbio.
O que sei é que ele exigia que as empresas estrangeiras, exploradoras de petróleo, tivessem no solo líbio, três empregados líbios para cada um estrangeiro.
O que sei é que ele estava prestes a transferir os fundos soberanos da Líbia, que estavam na França e EUA (mais de U$ 200 bilhões), para bancos chineses.
O que sei é que, como Saddam Hussein, ele também pretendia vender o petróleo da Líbia na moeda dos países importadores.
O que sei é que ele se vestia como palhaço e quando visitava países exigia uma tenda (circo) árabe nas praças. Mas por um acaso os palhaços são violentos? 
O que sei é que fazem “trocentos anos” que aquele país é uma salada de tribos e que o povo irá demorar outros “trocentos anos” para saber o que é democracia.
Coisa que nem nós, no Brasil, conhecemos, pois vivemos em uma ditadura do Poder Executivo.  

Em 2009, Obama recebeu Kadhafi com honras de chefe de Estado.

Berlusconi, idem, em 2010, inclusive com a ministra das Mulheres da Itália reunindo 5.000 italianas de expressão, em junho, para condecorá-lo.

Ingleses idem, alemães idem e assim por diante.

Em todas as revoluções, em qualquer tipo de regime, em qualquer país do mundo, os nomes dos líderes que fazem ou fizeram oposição são conhecidos.
Quem são os opositores líbios que derrubaram Kadhafi?
Os crimes de ditadores sempre foram documentados, mesmo quando não existia internet ou celular que tira fotos.
Onde estão estas provas contra Kadhafi?

Agora dizem os países que patrocinaram essa guerra, usando a OTAN, que nunca teve um exército, que Líbia e seu povo estão finalmente livres para seguir em frente.
Livres de quem?
Como seguir em frente?
Em que direção?
Entregando tudo para as multinacionais do petróleo e para países do G7?
Quem poderá dar uma resposta, mesmo que não seja rápida, para os destinos dessa transição.
A Líbia é um país sem instituições governamentais.
Um país que nunca teve partidos políticos, pouco ou nenhum serviço civil independente e da sociedade civil, sem tradição de direitos civis.
Antes também mandava o rei Idris (até 1969) e nunca tiveram liberdade de expressão ou liberdade de imprensa, uma economia de uma faixa totalmente dependente das receitas de exportação de petróleo.
É cultura milenar, naquelas bandas do mundo, os estados serem dirigidos por  laços familiares, religião, clientelismo e corrupção.
Sem exército e com sua soberania ultrajada, que direção e que futuro terá a Líbia a partir deste momento?
Sem raízes, com um Islamismo de vários tons e tribalismo que pode agora entender que qualquer um pode se alimenta do vácuo de poder.
Kadhafi era arrogante e excêntrico; era tudo para uma grande maioria  dos líbios.
Um beduíno que se auto-intitulava como um revolucionário.
Era um nacionalista e socialista e muçulmano.
Era escritor, se achava um poeta e - por fim - contrariou os interesses dos donos do mundo.
Por isso foi morto.
Agora, a Líbia poderá ser saqueada em nome da democracia.
Até prova em contrário, descanse em paz Kadhafi.
E que Nicolas Sarkozy, Barak Obama e as outras lepras do mundo, esperem seu momento para serem execrados pela história e devorados pelos mesmos vermes e "papa defuntos".
                                                                                                           Guilhobel

 

 

 

PS: Frase psicografada de vovó: “E daí que ele é pai, Ele é Desembargador” L.  H.  B.  S.

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