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O outro lado da moeda – Infelizmente inocentes pagam pelos pecadores -



Anônimo disse...

Sei que posso lhes charmar de amigos, pois várias vezes postei aqui, demonstrando minha indignação frente as tramoias orquestradas pela turma do Palácio. Sou uma dessas pessoas (que alguns estão debochando), titular de serventia judicial,que será atingida pela decisão do CNJ, mais estou aqui para tentar mostrar um outro lado. Tomara que obtenha êxito... Depois de muitas e muitas vezes, ver meu direito se exaurindo, nas dezenas de concursos prestados e sempre ver "aquele" apadrinhado entrar e eu sempre tendo que me conformar, afinal não tinha um sobrenome influente, finalmente lá por 2001, obtive aprovação (em segundo lugar, pois o primeiro permutou com o papai influente) numa comarquinha pequena, dessas que ninguém queria. Deixei a família, emprego, tranquei faculdade e me mudei para a dita Comarca de cabeça erguida e com muitos sonhos. Enfim era a recompensa por tanta luta. Assim, abandonei um emprego de anos numa Serventia Extrajudicial e passei a desempenhar minha função com muito zelo.

...Logo, comecei a sonhar com remoção, afinal pretendia retornar ás proximidades da família, mais logo também lembrei do meu sobrenome, aquele sem influência, e vieram novamente as decepções. Eu nunca tinha meu nome escolhido. Continuei desempenhando minhas tarefas com zelo, suportando o ônus da gratuidade da justiça, trabalhando até tarde da noite para conseguir manter o serviço em dia e por muitas vezes acabava o mês no vermelho. Em 2003, começou a se falar em estatização e até então, como havíamos entrado por concurso publico e já estáveis, tal estatização não nos atingiria. Anos passados, descobrimos este blog, vibrava-se com a moralização no Extrajudicial, e diante de tamanhas maracutaias, agora públicas, o CNJ começou a olhar para o nosso Paraná e as decisões inéditas no extra, começaram a respingar no judicial. Pois bem, o que eu quero expor, é a boa fé de muitos Oficiais de Serventias Judiciais, que fizeram seus concursos, estudaram e lutaram com o que tinham contra as mazelas que o próprio TJ criou . Falo de gente com “G” maiúsculo que torce pelo jurisdicionado.

...Meu cartório não rende mais do que 5 mil por mês e mesmo assim, pago uma funcionária e ajudo toda a minha família. Nesse momento temo pelo meu futuro, pois há um grande jogo de interesse por trás dessa estatização. Não temos culpa que o Poder Judiciário do Paraná abriu concurso público. O erro é deles, e não nosso. Os grandes cartórios que foram culpados, pois havia sim, o tal pedágio e a estatização era absolutamente inviável, pois como iriam arrecadar? Contudo a decisão do CNJ é injusta para os pequenos. Muitas vezes sonhamos com a estatização, pois ela nos traria o direito de optar pelo regime estatizado, o que nos garantiria um salário digno, férias, décimo terceiro, funcionário, etc. Qdo o Tribunal, cumprindo as determinações do CNJ, fez a lei 16.023, que criou os novos cargos no judiciário de 1 grau, extinguido os antigos a MEDIDA QUE VAGASSEM, NÃO CONTEMPLOU O DIREITO DE OPÇÃO PARA O REGIME ESTATIZADO. Agora pergunto, porque? Porque os grandes não tem interesse em ganhar 3, 4 , 5 ou 7 mil por mês. Mais nós queremos. No julgamento do CNJ de terça feira, isso não ficou claro. Eu e muitos outros, queremos sim a estatização. Não quereremos de forma alguma ficar desempregados. Tenho família para sustentar e não tenho mais idade para começar de novo. Fica o meu desabafo e o meu pedido de respeito com dezenas de serventuários íntegros que ainda compõe esse Podre Poder Judiciário.

16 Setembro, 2010 21:57

10 comentários:

Anônimo disse...

Prezado Anônimo e demais blogueiros:

O seu desabafo é muito bem acolhido, por pessoas que compreendem a sua dor, que passaram por situação parecida, ou mais grave que a sua.

Existem exemplos horríveis de famílias que estiveram próximas da miséria – conduzidas e condenadas pela justiça, não por deslize, crime ou falta, mas por opção dos algozes.
Grupo este que qualifico como marcado pelo “empobrecimento ilícito”. Oposto àqueles que fizeram o enriquecimento ilícito, os quais ninguém os persegue.
Estes enriquecimentos ocorreram conforme a sua exposição, através da proliferação das castas dos filhos e apadrinhados; sem cultura – aliás a margem da ignorância; que galgaram seus espaços como forma de multiplicar bens de família, ou ampliar a renda familiar – originalmente surgida nos idos dos anos sessenta com seu ingresso individual e único, direto e ou indireto ao TJ, ou seus steakholders.

Os chavões: Sou mulher do Juiz! e pior: eu sou filho do Juiz!
Em oitenta passaram a popular/habitar os gabinetes do TJ, cuja disputa maior se dava na busca da janela voltada para o Tribunal do Júri. Quanto mais importante, mais próximo da rotatória da pantera.

Felizmente isto deve acabar.
Hoje observamos que para seguir a diante tem que estudar muito. Aliás não pode deixar de estudar.

Seguindo a seguinte máxima pai rico, filhos nobres, diversos destes players viveram o apogeu em cidades do interior como aristocratas, que chegam a capital como verdadeiros nobres. Lembrem-se de 2 fatos históricos no país – abolição da escravatura e proclamação da república. nas datas de 1822 e 1889, respectivamente. Cem anos depois estes senhores esquecem, ou desconhecem destes 2 adventos, e vivem a monarquia palaciana na Praça N. S. Salete.
A ascendência e genealogia, para este nicho é tão importante quanto o pedigree para os animais.

“O Paraná é extremamente provinciano”, palavras da Min. Eliana Calmon, que fez comparação do nosso Paraná apenas com o Estado de Alagoas; Coronelista, Capitalista, Opressor.

Lamento pelo corte desta forma, onde poucos bons devam pagar por muitos desmandos.

Anônimo disse...

Lindinha-
Não há como não se solidarizar com a pessoa que escreveu esta postagem.
Realmente, neste nosso Paraná, existem muitos designados que atuam em Cartórios que não são considerados interessantes pelos apadrinhados que os utilizavam somente como trampolins para permutas para serventias mais rentáveis.
E são estes serventuários, que estão há anos a frente das serventias realmente é que possuem qualificação profissional para exercício da função.
Pois, infelizmente, dos serventuários dos grandes cartórios, a maioria , devido a possibilidade financeira, contrata pessoas preparadas para efetuarem o serviço, e dedicam-se apenas a controle de finanças.

segue-

Anônimo disse...

Lindinha-
Não há como não se solidarizar com a pessoa que escreveu esta postagem.
Realmente, neste nosso Paraná, existem muitos designados que atuam em Cartórios que não são considerados interessantes pelos apadrinhados que os utilizavam somente como trampolins para permutas para serventias mais rentáveis.
E são estes serventuários, que estão há anos a frente das serventias realmente é que possuem qualificação profissional para exercício da função.
Pois, infelizmente, dos serventuários dos grandes cartórios, a maioria , devido a possibilidade financeira, contrata pessoas preparadas para efetuarem o serviço, e dedicam-se apenas a controle de finanças.

segue-

Anônimo disse...

E, como não precisaram demonstrar conhecimento para a aprovação no concurso, pois este já tinha cartas marcadas para a aprovação, jamais tiveram necessidade efetiva de dedicação a profissão, com prática prévia, escolaridade, muito estudo relativo a atividade, bem como atualizações.
pois, se aprendido tivessem, os grandes não estariam reclamando, mas sim prestando concursos e tendo sido aprovados no último (e único) concursão.
Havendo a estatização, como ficará a situação destes inocentes e bons profissionais?
Haverá forma de reaproveitá-los?


segue-

Anônimo disse...

segue-


Gostaria que, se alguém com mais conhecimento que eu tivesse alguma sugestão, não só para este caso, mas para outros análogos que certamente existem , que postasse aqui.
E me entristece que, para termos que moralizar a forma de ocupação destas serventias, sejam justamente prejudicados aqueles que, em virtude das circunstâncias, ficaram com que os outros consideravam "restos" e dignamente trataram estas serventias não como restos, pois jamais o foram ou são (salvo na visão interesseira daqueles serventuários sem vocação, mas somente ambiciosos), mas com a conduta que deveria ser inerente a todos os demais titulares de serventias rentáveis.

Anônimo disse...

segue-


Minha solidariedade a este colega.
Meus cumprimentos pela sua nobreza de caráter.
Meu apoio em seu depoimento sincero, que expressa a voz dos pequenos que antes jamais tinha espaço para ser pronunciada.
Que Deus abençoe este colega , seus familiares e seus colaboradores.
E colega, não se desespere!
O futuro a Deus pertence, e se o colega semeou justiça, exerceu seu cargo dignamente até hoje, não sei porque caminhos, mas virá uma colheita farta de seus merecimentos.

Anônimo disse...

PREZADO SENHOR ANONIMO DA 21:57, NÃO SE PODE DEIXAR DE SE SENBILIZAR COMO O SEU QUE DEVEM SER IDENTICOS A MUITOS NESSE GRANDE PARANÁ.

TODAVIA,NÃO É POSSIVEL SEREM ANALISADOS CASO ACASO, ASSIM COMO VOCE ACREDITOU QUE ESTAVA SENDO PROVIDO REGULARMENTE, DEVEM TER OUTROS NA MESM SITUAÇÃO.

VOCE É O TERCEIRO DE BOA-FÉ, QUE CUMPRIU TODOS OS CRITERIOS EXIGIDOS PELO ESTADO, QUE LHE CONCEDEU O DIREITO, AINDA QUE SOUBESSEM,E TIVESSEM PLENO ONHECIMENTO QUE ISSO NÃO ESTAVA COADUNANDO COM O QUE ESTA DISPOSTO NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL.

DESSA FORMA SENTINDO-SE PREJUDICADO CREIO SER POSSIVEL,EM TESSE, UMA AÇAO DE INDENIZAÇÃO CONTRA O ESTADO, POIS O FEZ CRER QUE ESTAVA SEGURO, CUMPRINDO TODO O EXIGIDO PELO EDITAL DO CONCURSO.

PERDEU OUTRAS OPORTUNIDADES DE IR EM BUSCA DE OUTROS EMPREGOS E, PERDEU O EMPREGO SEGURO QUE POSSUIA PELA PERSPECTIVA DE UM DIREITO QUE O ESTADO, DIGA-SE O PODER JUDICIARIO, LHE OFERECEU.

DIANTE DISSO, ACREDITO SER POSSIVEL AJUIZAR UMA AÇÃO CONTRA AS AUTORIDADES IRRESPONSAVEIS QUE LHE OFERECERAM "UM CARGO ILEGAL", FAZENDO -O CRER QUE ENCONTRAVA LEGAL!

POR OUTRO LADO,LEMBRE-SE QUEDEUS FECHA UMA PORTA E, ABRECINCO JANELAS!

E BEM POSSIVEL QUE HOJE VOCE TENHAOUTRAS OPORTUNIDADES QUE NÃO CONSEGUIA VER, POSTO QUE SE DEDICAVA INTEGRALMENTE AO ATENDIMENTO DOS QUE BUSCAVAM O SEU CARTORIO, INCLUSIVE PRESTANDO JUSTIÇA GRATUITA.

POR FIM, LEMBRE QUE NADA TEM MAIOR IMPORTANCIA DO QUE VER OS FILHOS CRESCEREM E, ESTAR PERTO DELES, PARTICIPANDO DIRETAMENTE DE SUAS VIDAS!

SE POSSO LHE DAR UMCONSELHO NÃO SE DESESPERE,VÁ EM BUSCA,NESSE PERIODO QUE AINDA AGUARDA-SE DEFINIÇÕES, DE VER OUTRAS OPORTUNIDADES ,OU VÁ ESTUDAR PARA SER APROVADO NOS CONCURSOS, ESTUDE MUITO, SE ÉQUE PRETENDE CONTINUAR NESSA ÁREA, ASSIM VOCE TERÁ O SEU SALÁRIO, MAIS FÉRIAS, 13º SALARIO E, OUTRAS VANTAGENS.

NÃOCONHEÇOA SUA IDADE, MASMESMO NÃO SENDO TÃO JOVEM VALE A PENA, E TENHA BOA SORTE!

LEMBRE-SE DAQUELA PARÁBOLA DO MONGE QUE COM SEU DISCIPULO CAMINHANDO ENCONTROU UMA CASINHA, E, AQUELES VIVIAM, TÃO SOMENTE,AS CUSTA DOS RECIRSOS QUE LHE DAVA UMA VAQUINHA, ASSIM O MONGE LEVOU A VAQUINHA A BEIRA DO RIO E A MATOU. TODOS FICARAM DESESPERADOS POIS APRTIR DAI NÃO PODERIAM SOBREVIVER SEM O LEITE QUE USAVAM E VENDIAM, MAIS TARDE, RETORNOU À CASINHA, E ENCONTORU UMA FAMILIA PRÓPERA COM MUITAS CULTURAS DE TODOS OS TIPOS, GANAHNDO MUITO DINHEIRO E, COM UMA BOA VIDA.

ENTÃO O MONGE MOSTROU AO SEU DISCIPULO O RESULTADO DO SEU ATO! SE AQUELE FAMILIA CONTINUASSE COM A VAQUINHA, ESTARIA NAS MESMAS CONDIÇÕES EM QUE SEMPRE VIVEU, AO CONTRÁRIO BUSCARAM, PORQUE VISUALIZARAM OUTRAS SAIDAS, PROSPERANDO SUBSTANCIALMENTE!

MAS, AINDA ACHO QUE DEVE BUSCAR AJUIZAR UMA AÇÃO CONTRA O ESTADO! BOA SORTE!UMA AMIGA.

Anônimo disse...

TITIA - ME AJUDA EM UMA COISA?
O QUE ACONTECE QUE QUANDO EU QUERO FAZER UMA POSTAGEM MAIOR, TENHO QUE FRACIONÁ-LA SENÃO O PROGRAMA NÃO ACEITA?
OBSERVEI QUE COM ALGUNS OCORRE ISTO E COM OUTROS NÃO, POIS MUITOS TAMBÉM TEM QUE POSTAR FRAGMENTADAMENTE DIZENDO SEGUE/CONTINUA/ETC.
ENTÃO DEVE HAVER UMA MANEIRA QUE NÃO SEI USAR.
QUANDO DER UM TEMPO ME AUXILIA, BEM COMO AOS DEMAIS INAPTOS DE INFORMÁTICA?
DESDE JÁ AGRADEÇO.
ABRAÇOS.

Maria Bonita disse...

Ao Sobrinho(a) de 17 Setembro, 2010 16:44

Pois é, tem um limite para comentar aqui, às vezes tem que fragmentar outras,não e não sei porque.....se alguém souber poderia explicar prá mim também?.....rs....

Anônimo disse...

Concordo plenamente sua revolta, pois também estou na mesma situação que a sua. Também percorri este Paraná participando de concursos e também abandonei o cargo de escrevente do Registro de Imóveis para assumir o cargo no foro judicial após êxito em concurso.

Saiba que não está sozinha, tem vários colegas na mesma situação, que também concordam com a estatização, desde que logicamente façam o aproveitamento daqueles que com muita luta e sem "sobrenome" entraram pela porta da frente.

Apenas para acalmá-la, temos um precedente muito importante no Rio Grande do Sul, que é idêntico ao nosso caso, lá o tribunal apresentou o cronograma de estatização com aproveitamento dos concursados e o CNJ homologou. Basta acessar com sua senha a PCA de lá e verá as decisões. Gostaria que entrasse em contato comigo, pois estamos com outros colegas tratando do assunto. Meu e-mail é dirceuwarken@hotmail.com. Não podemos ficar de braços cruzados.