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Sopraram na Caixa de Pó de Mico do Ex Presidente e Dono do TJPR…..

Denúncias contra presidente do TJ do Paraná chegam ao CNJ

Conselho Nacional de Justiça avalia suspeitas de que Clayton Camargo teria patrimônio incompatível; magistrado também é suspeito de manipular processos


Felipe Recondo - O Estado de S.Paulo

BRASÍLIA - Investigações que tramitam em sigilo indicam que o presidente do Tribunal de Justiça do Paraná, Clayton Camargo, teria patrimônio incompatível com sua renda de magistrado. Em depoimento prestado ao Ministério Público, após acordo de delação premiada, uma testemunha contou que o presidente do TJ comprou dela um apartamento e pagou "em cash" mais de R$ 767 mil, dinheiro que foi levado com escolta armada.

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As suspeitas serão levadas ao plenário do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) na próxima sessão do órgão, na próxima semana. A "variação patrimonial a descoberto", conforme integrantes do CNJ, pode ser indício de crimes, como venda de sentença judicial. Os conselheiros decidirão se abrem ou não processo administrativo disciplinar contra o desembargador. Essa investigação se soma a outras apurações da Polícia Federal e do Ministério Público sobre suspeitas de manipulação de processos de falência no Estado.

Ameaçado de processo no CNJ, Clayton Camargo requereu aposentadoria. Com isso, conseguiria impedir que o processo avançasse. A pedido do Ministério Público, o corregedor-nacional de Justiça, Francisco Falcão, suspendeu a aposentadoria voluntária do magistrado, que alega problemas de saúde. Mas voltou atrás.

Em depoimento prestado à Procuradoria da República em Curitiba, no dia 26 de agosto, Neysa Aparecida afirmou ter vendido um apartamento por valor superior a R$ 1 milhão ao desembargador - R$ 767 mil em espécie mais um cheque de R$ 300 mil. Ela contou que ter sido buscada em casa pelo motorista do desembargador para ir ao cartório registrar a venda. Clayton Camargo também estava no carro.

No trajeto, ela relata que o motorista parou em frente à casa do magistrado para buscar o dinheiro. "Em algum momento havia escolta armada, provavelmente na parte do transporte de dinheiro", disse ela ao MP.

Ainda nesse depoimento, Neysa Aparecida afirmou que o valor da operação foi registrado "a menor" a pedido do desembargador. De acordo com o magistrado, em resposta ao Estado, a operação teria envolvido R$ 600 mil. Neysa contou que o desembargador alegou que estava se separando e "precisava registrar a menor para efeitos de pensão".

Em outro depoimento, um auditor da Receita Federal afirmou ao Ministério Público que houve, em 2008, "variação patrimonial a descoberto" nas contas do desembargador e que uma representação foi feita contra ele. Pelas contas da Receita, as despesas feitas por Camargo naquele ano superaram em R$ 93 mil o que ele declarou ao Fisco possuir em suas contas.

No mesmo depoimento, o auditor disse ter constatado outra operação suspeita. "O depoente constatou em um extrato que o próprio contribuinte forneceu, do Banco Itaú, que houve em maio de 2005 uma transferência via TED de R$ 150 mil do ex-genro do contribuinte para este, o qual teria sido, segundo o contribuinte (Clayton Camargo), um empréstimo", conforme depoimento prestado ao MP.

No entanto, Cesar Augusto Schultz, o ex-genro do desembargador, também prestou depoimento e negou que tenha feito o empréstimo e afirmou que não tinha sequer aberto conta no Itaú. Uma última operação sob apuração envolveria o pagamento de "luvas" de um comerciante que alugava um imóvel comercial de propriedade do

magistrado. À Receita, Clayton Camargo declarou ter recebido o valor como parte do aluguel. Mas o inquilino negou ter feito o pagamento.

2 comentários:

Anônimo disse...

Finalmente algumas sujeiras estão vindo a tona neste mar de lamas em que se encontra o TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO PARANÁ. Será que vão remexer na questão do anexo do TJ (oto palace), onde o então presidente Oto Sponholz utilizou verba pública inadequadamente e, acho, que continua respondendo processo no STF por má gestão da coisa pública?
Será que vão investigar os concursos públicos onde passaram filhos e parentes de desembargadores? Pelo que me consta, a filha do desembargador Oto quando presidente, passou em um concurso justamente elaborado pelo então presidente do Tribunal da Alçada Clayton Camargo. O desembargador Oto, também fez um concurso na sua gestão para assessor jurídico e "parece" que o filho do Desembargador Clayton (Fábio Camargo)havia passado em primeiro lugar. O desembargador Oto, então presidente do TJ cancelou o concurso sem qualquer justificativa... na mesma época teve um outro concurso para juiz que também foi cancelado... não teria que ter dado pelo menos alguma explicação a sociedade? Quantos filhos de desembargadores ou parentes são juízes, cartorários ou membros do poder judiciário? Parece que o investigado desembargador oto tem viajado por aí (outros estados) para dar o seu "apoio" a seu filho otinho em concursos para a magistratura... é bom ficar de olho em Santa Catarina!!! O fato é que, a sociedade não pode aceitar a toda esta porcaria de braços cruzados... é bom saber que tem cidadãos que lutam por seus direitos e ao mesmo tempo pelos direitos de todos!!! Em tempo, com toda esta movimentação do CNJ, começo a ficar um pouco mais otimista. Não esqueçamos também que a filha do Clayton Camargo atuou na Vara da Fazenda Pública justamente nas questões de falência onde tanto se fala de esquemas... na verdade, não querendo generalizar, esquema no TJPR é redundância!!! Espero sinceramente que um dia mude para melhor, porque, pior do que tá não fica... por fim, parabenizo a idealizadora deste espaço que alcança e sensibiliza uma massa crítica em prol do interesse público e, não privado, no poder judiciário brasileiro. Grato por poder participar deste magnífico espaço público !!

Anônimo disse...

Espaço público???
Tem que ver a questão, nas varas de falência, de um dos filhos do Celso Rotoli de Macedo. Ouvi na Rádio Band News FM que o CNJ estaria concluindo a apuração sobre a questão das Varas da Fazenda e que o CNJ faria um relatório pesado sobre isso. Tem notícias a respeito?
Você que é especialista no CNJ poderia dar uma notícia mais paupável que essa da rádio.